Está chegando a Primavera e aquela vontade de ver mais flores nas suas e na nossa casa começa a brotar. E esse é o momento ideal para introduzirmos as flores comestíveis na nossa alimentação. Elas são ricas em flavonoides, importantes antioxidantes, e dão um toque especial a qualquer prato.
No jardim, também são importantes, pois são companheiras, atraindo diversos animais benéficos, como abelhas (importantíssimas polinizadoras), borboletas, mamangabas e muito mais. Elas enriquecem a biodiversidade local. Sem falar na parte energética, cada uma tem seu simbolismo e trazem consigo uma energia diferente. Por isso, misture ao seu jardim (comestível ou não) as plantas chamadas de floríferas, ou seja, plantas que produzem expressivamente flores.
Amor-perfeito (Viola x wittrockiana): herbácea perene, sendo muito hibridizada e apresentando uma ampla variação de cores das flores. Atinge em torno de 15 cm e, se muito crescida, torna-se curvada, devido seus caules moles. Seu florescimento começa no período de inverno, estendendo-se pela primavera. Devido à sua variação de cores, é uma ótima opção para dar textura e cor ao jardim. Desenvolve-se bem tanto em vasos como em canteiros. Não tolera muito o calor, apreciando regiões mais frias com luminosidade solar menos intensa. Pode ser cultivada a meia-sombra e em solos férteis e levemente úmidos. Na culinária, as flores inteiras (ou somente as pétalas) são utilizadas para decorar sobremesas e ornamentar saladas, sendo que também podem ser cristalizadas ou congeladas em cubos de gelo para decorar drinques e refrescos.
Calêndula (Calendula officinalis): herbácea anual, atingindo entre 40 a 60 cm de altura, conforme vai crescendo, seus ramos podem se tornar curvados. Suas flores são grandes, variam entre o amarelo e laranja e surgem nos períodos de inverno e primavera. Pode ser plantada em vasos, porém em canteiros atinge toda sua beleza. Suas pétalas são utilizadas para ornamentar e aumentar o valor nutricional de saladas, salgados, como em tortas e sopas, e sobremesas, também podem ser utilizadas no preparo de risoto e sopas, conferindo uma coloração semelhante ao açafrão, porém com um sabor picante. Geralmente não utilizamos a flor inteira.
Capuchinha (Tropaeolum majus): herbácea rasteira, anual ou bianual, originária da América do Sul. Suas flores podem variar entre as colorações amarela, vermelha, rosa e laranja. Floresce praticamente toda época do ano, sendo de fácil cultivo. Em alguns locais, como jardins abertos e terrenos baldios, cresce espontaneamente. Ricas em vitamina C, proporcionando melhoria na pele e auxilia na prisão de ventre. Fica mais cheia e vistosa quando plantada em canteiros. Atualmente, suas flores, folhas e sementes são muito utilizadas na alta gastronomia. Folhas e flores podem ser consumidas tanto cruas como cozidas, conferindo sabor picante, semelhante ao agrião. As sementes conservadas em vinagre são denominadas alcaparras de pobres, sendo utilizadas para a preparação de inúmeros pratos. As flores podem ser usadas em saladas, recheios de tortas e quiches, compotas e na ornamentação de doces.
Mini-rosa (Rosa chinensis var. semperflorens): roseira de pequeno porte, atingindo entre 20-40 cm de altura. Suas flores tem ampla variação de cores e podem estar presentes ao longo de todo ano, florescendo principalmente nos períodos de primavera e verão. Gosta de climas temperados, porém desenvolve-se bem em condições tropicais e subtropicais. Podem ser cultivadas em vasos, jardineiras ou canteiros, desde que o solo seja fertilizado, permeável e irrigado regularmente. Usamos suas pétalas para elaborar coquetéis, águas saborizadas, geleias, sorvetes, licores e saladas. Podemos usá-las in natura e cristalizadas.
E tem muito muito mais!
Lembre-se, não são todas as flores que são comestíveis, muitas são tóxicas.
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